Educação

Carinho que atravessa gerações

Alunos do Érico Veríssimo se encontram com entrevistadas da série especial do Dia da Mulher, produzida pelo Diário Popular

Gabriel Huth -

Por: Júlia Müller e Marina Amaral
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Anas, Marias e muitas outras. São tantas as mulheres que alcançaram seus objetivos e hoje servem de inspiração para as novas gerações. Na primeira semana do mês de março, o Diário Popular publicou uma série especial de sete capítulos em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, na qual narrou algumas dessas histórias de luta. Dentro das salas de aula da Escola Érico Veríssimo, os alunos do sétimo ano, inspirados nos relatos, escreveram cartas a essas pelotenses. Como forma de agradecimento, a reportagem mediou um encontro entre entrevistadas e estudantes. E o resultado você confere aqui.

Educando para a vida
Graciele Pedra é professora de Língua Portuguesa e Redação no Érico Veríssimo. Em suas aulas, propõe dinâmicas diferenciadas para seus alunos do sétimo ano. A leitura e o trabalho com as edições do Diário Popular é comum. A docente considera importante ter o contato direto com os acontecimentos, para que os alunos compreendam as dinâmicas políticas e sociais da cidade onde vivem. A troca é mútua. Enquanto a professora discute sobre os mais variados temas, as meninas, principalmente, levam diariamente à sala de aula informações do dia a dia. "Elas me ensinam todos os dias", conta.

Quando o especial do Dia da Mulher foi lançado pelo Jornal, Graciele viu a oportunidade de discutir a importância das lutas das mulheres. Com a leitura dos textos, foi proposto aos alunos que escrevessem cartas às entrevistadas, contando como sentiram-se inspirados com as histórias. Foi a maneira escolhida para, também, agradecê-las por dividir suas experiências e conhecimento com a população. A professora foi a responsável por enviar os materiais ao Diário Popular, que entrou em contato com as protagonistas dos relatos. Foi assim que, na última quarta-feira, a pesquisadora Ana Menezes, a titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Maria Angélica Gentilini, e a voluntária da organização Pioneiras do Bem, Ana Maria Costa, se encontraram com os jovens.

Olhares atentos
A chegada das mulheres à quadra poliesportiva da escola já foi motivo de euforia entre os estudantes, que receberam as três com aplausos. E o momento não ficou somente entre os alunos do sétimo ano. As turmas do oitavo e nono também participaram. Entre as vivências, surgiram perguntas sobre representatividade feminina, experiências desagradáveis no local de trabalho, machismo e, até mesmo, sobre os aspectos da educação em Pelotas.

"Confesso a vocês que chorei lendo", contou a pesquisadora Ana Menezes. Ela e Ana Maria, como professoras, falaram sobre o prazer de vivenciar novamente o contato com crianças em fase de aprendizado. Com esse gancho, Maria Angélica ressaltou a importância do estudo e foi enfática: "o aprendizado de cada um ninguém tira". A delegada também destacou a necessidade da luta feminina. Apesar de muitos avanços, "a batalha de conscientização se dá de forma lenta e gradual. São como passos de formiguinhas".

O assédio foi uma pauta que gerou muitas questões levantadas pelos estudantes durante a roda de conversa. A resposta dada por Ana Maria mostrou a visão de alguém que viveu em um período diferente. Já Ana Menezes e Maria Angélica falaram sobre o respeito, reiterando sobre a igualdade de oportunidades e condições para homens e mulheres. Os temas foram muitos e a fila, que em alguns momentos se formou para questionamentos, mostrou como o momento com as três mulheres agradou a todos.

A importância da representação feminina
Emocionada com a visita das mulheres, a aluna Janaina Carvalhal, 12 anos, entregou pequenas lembranças a cada uma. "Foi a forma que encontrei para parabenizar e retribuir o que elas fizeram", explicou. No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a aluna presenteou as colegas com chocolates. Na visão da professora Graciele, isso mostra como se faz necessário o apoio mútuo entre as mulheres.

Graciele foi muito aplaudida pelos alunos. O carinho que todos têm por ela é recíproco. "Propor essa atividade foi só um pedacinho de tudo que eu poderia fazer pra vocês (alunos), por todo aprendizado e troca diária", pontuou para as turmas. O esforço feito para proporcionar atividades e momentos diferenciados como este, conforme ela própria afirma, é muito pequeno quando comparado ao retorno obtido, que faz tudo valer a pena.

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